Noite muito mal dormida de novo, a pior delas até agora!
Meia noite e o céu de Santo Domingo estava sendo iluminado com fogos de artifício de todo o tipo. Não preguei o olho um minuto, além do barulho passei um frio danado nos pés. Aliás, foi muito bom, porque lá pelas tantas horas … 1, 2 da manhã, um alemão (ou austríaco, ou holandês … sei lá) errou de cama e estava deitando no MEU LADO! Quando o cidadão se aproximou sentou em cima do meu braço e eu soltei um “My god! What f... you doing?” … o cara ficou assustado e saiu “I'm sorry, i'm sorry …” fiquei doido na hora, mas agora só para rir mesmo.
Domingo amanheceu! Chuva em Santo Domingo! Frio de lascar, caímos na estrada e foi muito pesado. Pedalar com aquele peso, com capa de chuva e com o vento contra batendo … não demorou e o desanimo voltou com força.
Mas fomos em frente, afinal, já saímos do Brasil com uma certeza: Vamos pegar chuva. É “liquido” e certo!
Chegamos em Burgos mais tranquilos porque não teríamos a preocupação de encontrar acomodação. Já tínhamos combinado que nas cidades maiores (Pamplona, Burgos, Logroño, León, Santiago) ficaríamos em hotéis.
Burgos é uma cidade muito bacana e a Catedral, simplesmente coisa de cinema. Lindíssima!
Saímos para um rápido passeio, mas numa cidade assim, fazer tudo rápido é um desperdício. Aliás, para quem pode, o ideal seria fazer o Caminho de bike, mas sem data para voltar. Porque da forma que fizemos, com tudo agendado para voltar (trem, voo, conexão, etc) … na medida em que o calendário vai andando a pressão por cumprir a agenda aperta. É necessário estar no lugar X no dia Y, caso contrário, as coisas podem ficar complicadas.
Na maior parte das cidades, Burgos não foi exceção, chega-se 15, 16 horas e, com as atividades que já estão no script (tirar alforges, guardar bike, hotel, banho, lavanderia, comer), o tempo voa e logo está na hora de descansar, já que no dia seguinte tem mais estrada.
É o nosso Caminho, da forma e com as limitações que temos.