O dia amanheceu bonito em Zariquiegui, muito frio, 4 graus, mas o sol já estava querendo mostrar as caras. Tomamos café expresso, com bolinhos prontos “de fábrica” e seguimos adiante … subindo.
O arrependimento de estar usando trilha veio logo a seguir. Muitas pedras, pedras “de rio”, que tornavam impraticável (para quem não é “profi”) pedalar. Seguimos empurrando a bike com seus 38 de carga nos alforges.
A paisagem, porém, “amaciava” cada subida, cada curva, cada pedra. Lindíssima parece que fizeram uma pintura.
Depois de passar pelo monte de geradores eólicos (nunca vi tantos, numa linha pareciam intermináveis), chegamos no pico da montanha, que tem esculturas de peregrinos, em ferro, e uma placa com direções e distâncias para lugares importantes no mundo. Tiramos várias fotos, de novo, tudo muito lindo.
A descida da montanha foi praticamente à pé, porque eram muitas as pedras e ficava perigoso de pedalar.
Chegamos em Ponte de La Reina, atravessamos o povoado e voltamos para a estrada, rumo a Estella.
Estrada boa, movimento razoável, seguimos por 500 metros e, um “abençoado” diminuiu a velocidade do carro e parou para nos avisar que não poderíamos pedalar ali. Estávamos na A-12, ou seja, autopista, que é proibida para pedestre, carroças, ciclistas, etc. Precisamos voltar e pegar uma estrada quase paralela, na verdade uma carreteira – esta sim, permitida para nosso tipo de transporte.
A pedalada até Estella foi cruel, um sobe e desce interminável e, piorou bastante porque São Pedro decidiu abrir a torneira com vontade! O desanimo foi grande!
Na chegada em Estella, muita complicação. É ruim utilizar estrada porque quando se chega (ou sai) de cidades maiores, faltam referências. Felizmente, novamente, uma senhora nos mostrou “o caminho” para o centro da cidade.
Apesar do equipamento, das capas, das jaquetas, estávamos encharcados. Decidimos que albergue – nem pensar. Procuramos hotel, mas estavam sem vagas. Encontramos um hostal, muito ajeitadinho, guardamos as bikes na entrada, bem protegidas, e fomos nos secar.
A Nice depois contou que, quando entrou no hostal e viu a senhora (já de idade) que nos atendeu, parecia que estava vendo a “Dona Selda” …
Logo depois, já passava de 16:30, fomos almoçar. Também aproveitei para comprar lubrificante para a corrente, pois depois daquela chuvarada, tudo começaria a ringir.
Voltamos para o hostal, fomos deitar, ainda era dia e lá fora … trovoada, chuva forte e granizo!
Aproveitamos para rezar e pedir que São Pedro nos desse uma trégua no dia seguinte. Adormecemos!