Ninguém conseguiu dormir de sexta para o sábado 7/5/2016. Nosso voo para Guarulhos estava marcado para 7:25, mas às 3:00 já estávamos acordados.
Levantamos 4:30 e, depois do café e dos últimos preparativos, faltava 15 minutos para as 6:00.
Desci e os carros, que havia combinado na semana anterior, já estavam esperando. Fomos num táxi e as bikes num Honda Fit, com os bancos traseiros deitados.
No aeroporto de Floripa foi tudo muito rápido, fizemos check-in na Avianca, e despachamos as “bichinhas”. Apesar de muito pedido, colocaram dois míseros “Fragil” em cada malabike.
Viajem sossegada, saímos antes do horário e também chegamos cedo em São Paulo.
Agora é “fazer hora”, comer pizza, tomar chopp para esperar o momento de embarcar.
Na hora do check-in da TAP nenhum questionamento sobre a bike, já que estávamos com tudo preparado nos malabikes. O ponto negativo foi que, apesar de ter pedido, não colocaram nenhum “frágil” pois “ … a tap não utiliza este tipo de etiqueta … “ disse a mal humorada atendente.
Logo depois levamos as bikes para uma sala especial, pois são bagagens fora do padrão. Então ficamos mais tranquilos. Por vias de dúvida fotografei, esperando que, em Madrid, elas estivessem lá e inteiras!
Embarcamos para encarar as nove horas de voo até Lisboa. Escolhemos Lisboa porque é mais "perto" e, na época da compra dos bilhetes, oferecia preços melhores. Na ida tudo é festa … vento ajuda e a empolgação acaba superando qualquer contratempo. Serviço de bordo da Tap é bom, não deixa nada a desejar em relação à Alitália ou Ibéria que já conhecemos. Os aviões, apesar de mais antigos, são bem conservados. Voamos num A340-300.
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Chegamos em Lisboa na manhã do domingo, 5:00 no horário local. Passamos na imigração, em fila separada por causa do passaporte, e logo estávamos quase prontos para embarcar novamente.
Quase ... porque na hora de passar no “raio X”, uma portuguesa – sargenta que deveria estar muito incomodada em trabalhar num domingo daqueles – encrencou comigo, porque esqueci de tirar a “cinta de dinheiro” (que só tinha papéis e dinheiro). Me deu uma bronca, na frente de todo mundo, e fui "separado” para procura de vestígios de explosivos. Eles passam um produto adesivo, uma espécie de fita adesiva, na roupa e nos dedos da pessoa. No fim, eles têm razão, como estes doidos varridos “se explodindo” por lá. Estão neuróticos, mas motivo para isso não falta.
Quando embarcamos para Madrid, 7:00, frio de doer, chuva e vento. Tempo horrível. Naquele momento ficamos abatidos, desanimados com o cansaço, e a empolgação deu lugar a uma pergunta “o que estamos fazendo aqui? Vamos pedalar mesmo 800Km?
Chegamos em Madrid ainda não eram nove horas. Chovia demais, dia cinzento e o frio com vento continuava desanimante.
Surpresa! As bikes estavam ali!
O primeiro trabalho foi conseguir pegar dois carrinhos, pois são pagos (1 euro). Ou moeda, ou cartão. Como não tinha moeda, precisei usar cartão, o que dificultou um pouco.
Depois, nova missão: Chegar na Estación de Atocha. Objetivo: Trem para Pamplona!
Resolvemos (muito mal) pegar ônibus ao invés de táxi, já que os carros que estavam disponíveis não pareceriam poder carregar os malabikes, nossos alforges, e nós!
Chuva, vento e frio de cortar. Nenhum metro pedalado. Mas ... vamos em frente!
Depois de muito “chacoalhar” no ônibus, que faz a linha Barajas – Atocha, chegamos na estação de trem. Passava das 11:00 da manhã.
Um trabalho tremendo para chegar do ponto de ônibus até a sala de embarque e uma outra bronca da Guarda Nacional. Como estávamos com muito peso, andávamos de 50 em 50 metros. Eu levava um malabike, deixava-o, voltava até a Nice para ajudá-la com o outro e com os alforges. Foi neste momento, depois de ter deixado um malabike escorado numa coluna na entrada da estação que um guarda veio corrento até mim e disse que eu não podia deixar coisas sozinhas assim … de novo … a neurose deles (justificada) e minha ingenuidade. Expliquei, consegui apontar para a Nice, que estava com as outras coisas e ele entendeu que realmente não éramos ameaça nenhuma.
Na Estación de Atocha também tem raio X! Mais complicação!
Embarcamos 15:30 e depois de ajeitar a bagagem dentro do vagão (não existe nenhum lugar em separado para bagagem), finalmente sossegamos. Pela frente, 3 horas até Pamplona.