Chegamos em Porto Marin, de van, já passava das 10:00.
Achamos que seria um dia tranquilo, pois não era tão extenso e estávamos descansados. Ledo engano, a trilha estava pesada, o tempo começou a ficar escuro com alguns pingos de chuva.
Logo vimos que os 30 e poucos quilômetros não seriam fáceis …
Foi o trecho que senti medo de não chegar no destino, já que o hotel rural de Palas Del Rey, não ficava no povoado.
O solo aqui na Galícia é diferente, muita floresta, muito úmido, muita lama e … água!
Mais sobe e desce, curva para lá, para cá e nós sozinhos … com o final da tarde se aproximando ...
Depois de fazer muitas perguntas e ter muita sorte chegamos, graças à Deus, no hotel rural.
Os donos, uruguaios, muitos simpáticos. O Carlos e a Mercedes. Disse que estava ali desde 2002 e não tinha mais saudade da América do Sul. Era um lugar muito familiar e agradável. Ficamos contentes e aliviados por ter chegado em tempo. Alguns minutos após nossa chegada … e São Pedro abriu, com vontade, a torneira da chuva.
Estou olhando as bikes enquanto escrevo. Fiquei com pena porque ficaram na rua, sem proteção e sem abrigo, só cobertas parcialmente com os sacos de lixo que usávamos para proteger os alforges da poeira.
Conhecemos uma figura muito engraçada. A “Loba”. É um labrador, preta, gorda, mas muito gorda mesmo e cheia de manias. O Carlos conta que ela dorme, toda noite, no quarto deles e dá a pata para que a senhora segure. Parece até gente.
Já recebemos a instrução do café da manhã. É um faça-você-mesmo.
Vamos descansar pois já decidimos: Amanhã vamos até Santiago, direto! Serão quase setenta quilômetros de pedal. Deus continua ajudando!